sábado, 17 de setembro de 2011

Geração movida a álcool

Tá aí uma geração sem futuro. Ao ver na TV as cenas de agressão dentro de um campus da UFU, em festa promovida por alunos da instituição, fico ainda mais convicto de que estamos diante de uma galera que não tem futuro. Em 2010 um grupo de alunos invadiu a reitoria da UFU para protestar contra a proibição de uso de bebida alcoólica em festas dentro da universidade. E aquilo me deixou embasbacado. Como é isso? Então os alunos invadem uma reitoria e colocam o reitor na parede em um protesto por bebida?
O problema é que tem muita gente confundindo democracia com liberdade para fazer o que der na cabeça. O próprio conceito de liberdade está deturpado porque quando se fala em liberdade todos esquecem que não há liberdade que não pressuponha responsabilidade. Liberdade sem responsabilidade vira vale-tudo, baderna, carro sem freio. E o fim do carro sem freio é um belo de um muro. Estão aí para provar os irresponsáveis e estúpidos trotes que vez ou outra fazem vítimas fatais.
O problema é que essa galera não consegue ser feliz se não estiver de cara cheia. Em entrevista na TV, em matéria sobre o tema, um jovem universitário afirmou que é mais fácil encontrar cerveja na sua geladeira que água. É o que chamo de geração movida a álcool, a geração da muvuca nos postos de gasolina, verdadeiro inferno para os moradores vizinhos, dos rachas com automóveis em vias públicas e das baladas movidas a drogas. Fazem o que dá na telha, certos da conivência das autoridades que não punem nem endurecem o jogo contra eles.
No episódio da invasão à reitoria, com direito a quebrar porta e colocar o dedo no nariz dos membros do Conselho Diretor (pode?), no mínimo o reitor deveria ter tratado a situação como caso de polícia e colocado um ponto final nessa história de festas de arromba dentro da universidade. Mas como uma atitude mais enérgica não foi tomada, no fim das contas quem pagou o pato foi o jovem que apareceu na TV levando botinada de tudo que é lado. No dia da agressão 4 mil pessoas estavam no campus da UFU, que mais parecia uma imensa boate.
Estupidez 10, responsabilidade zero. O que podemos esperar dessa galera?

Clique aqui e veja matéria sobre a invasão da reitoria.
Clique aqui e veja vídeo com agressão no Campus da UFU.
Clique aqui e veja matéria sobre a agressão.

domingo, 11 de setembro de 2011

Corrupção, crime hediondo

Tenho acompanhado o oba-oba em torno de uma tal lei que está em cartaz no momento e que propõe colocar a corrupção no rol dos crimes hediondos. Dizem que tem até enquete no site do Senado para votação popular. Mas eu fico fulo de ver o tanto que essa gente pensa que nós somos idiotas. Ora, faça-me o favor. O cara é eleito para representar a sociedade, chega lá e mete a mão na grana, deixa milhões de pessoas na mão passando fome e morrendo nos corredores dos hospitais públicos e nós estamos aqui em pleno ano de 2011 respondendo a enquete se somos a favor ou não do enquadramento do cara? Francamente, essa tal lei deveria existir desde que a roda era quadrada. Não ser corrupto nem corruptor deveria ser juramento do cara que se apresentasse como representante do povo. Juramento, não promessa, é bom que se diga, porque promessa tem aos montes a cada eleição. Mas é deprimente ver toda a imprensa fazendo debates e mais debates em torno do assunto. Quer saber, eu sempre achei que roubar dinheiro de quem está morrendo à míngua é muito mais crime do que qualquer outro crime. Não é hediondo não, é hediondíssimo, é crime contra a humanidade.  
E tem mais, tornar essa roubalheira crime hediondo não vai mudar nada para a turma do dinheiro na cueca. E o raciocínio é simples. Se o cara for pego metendo a mão nos cofres públicos, ele vai responder na justiça por crime hediondo. Se for condenado, pegará no máximo 12 anos (a pena prevista é de 4 a 12 anos). Cumprindo 1/6 da pena, ou seja, 2 anos, o cara ganha liberdade condicional por bom comportamento. E nesses 2 anos tem direito a cela especial, habeas corpus e todo tipo de regalias. E já repararam como esse pessoal adoece quando vai para a cadeia? Ficam mais tempo no hospital tratando de uma doença de mentirinha que presos. Aí a justiça, tão boazinha com quem não presta, com monstro, dá liberdade condicional para o cara ficar em casa e tratar da saúde. Enquanto isso o FDP administra a gaita que roubou. Fala a verdade, desse jeito é bom ser ladrão, não é não? Até eu fico tentado a comprar uma cueca bem grande pra meter bastante dinheiro lá dentro.
Essa lei é mais um batom que querem passar na cara da pátria amada Brasil para dar uma disfarçada na podridão. É um instrumento a mais para não punirem ninguém. Olha só o que está acontecendo nos Ministérios. Só do Ministério dos Transportes, acabei de escutar, surrupiaram 800 milhões de reais. Tá assim de rato. E quando os ratos sentem que serão pegos, o que fazem? Pedem pra sair. Pronto, resolvido. O cara mete a mão, pede pra sair e estamos conversados. Mas já estou até vendo os nossos intelectuais na TV dizendo “a lei não é a solução, mas já é um avanço”. Bacana demais.
O Governo é exímio em arrecadar, mas na hora de fiscalizar para onde está indo o dinheiro, é uma lástima. É por isso que cobras criadas da política, que já estão mijando na botina, mas não largam o osso, nunca são postos para correr porque na hora de julgá-los vale a máxima do “quem nunca meteu a mão em dinheiro de falcatrua que atire a primeira pedra”. Aí, minha gente, não há um que se atreva a pegar a pedra. Também, pudera, ladrão julgando ladrão é o fim da picada.  
Pois eu tenho uma sugestão a fazer, que acho muito mais sensata e resolveria o problema de forma muito mais produtiva para a sociedade. O cara seria julgado por um júri popular, pegaria prisão perpétua, iria para uma colônia penal e ficaria lá incomunicável com câmeras mostrando ele 24 horas com uma enxada na mão e capinando (seria o Big Brother dos Safados), e todos nós assistiríamos via youtube e outras redes sociais. Mas um detalhe: antes de colocar o cara lá, o governo pegaria de volta todo o dinheiro que ele surrupiou (porque isso é o mais importante, gente!). Se um ladrão desses vai pra cadeia, ainda vai comer às nossas custas, enquanto o dinheiro roubado vira iate, mansão etc. no exterior. Mas numa colônia penal, ele comeria o que plantasse. O que acontece hoje é que o cara rouba, não fica preso, fica com a grana (nos chamados paraísos fiscais) e ainda ri na nossa cara. 
Imaginem a cena: o cidadão de bem sai do hospital onde seu pai acaba de morrer jogado num corredor, sem assistência médica, como indigente, chega em casa e vê na TV um safado metendo dinheiro na cueca e rindo na cara dele. Ou então vê neguinho fazendo a oração dos corruptos, agradecendo a Deus (olha só o cinismo) porque as propinas vão de vento em popa. Bonito, não? Aí o cara vai preso, fica 2 anos numa cela especial e a justiça está feita? Quer saber, na verdade esse pessoal merece é pena de morte, mas aí a galera dos direitos humanos cai matando (como se estivéssemos falando de seres humanos). Porque se alguém me disser que um safado desses é humano, então, pelo amor de Deus, mudem minha classificação porque aí eu é que não quero pertencer a essa espécie.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Polivalente: mais uma vítima da corrupção e da impunidade

Tenho acompanhado com muito pesar a depredação de uma das mais tradicionais e qualificadas escolas de Uberlândia, a Escola Estadual Guiomar de Freitas Costa, conhecida popularmente como “Polivalente”. Primeiro um furto, depois uma tentativa de furto seguida de incêndio que destruiu a sala de informática. Ao ver a escola trancafiada como um presídio e refém de bandidos, viajo no tempo e vou buscar na memória as imagens de uma escola referência em nossa cidade. Três décadas atrás para entrar no Polivalente era preciso passar por uma seleção. A razão era a grande demanda por vagas em virtude do grande prestígio da escola. Que saudade daquele tempo em que saíamos das aulas de ciências, depois de manusear microscópios e outros equipamentos, direto para a aula de técnicas agrícolas, em que púnhamos a mão no cabo da enxada para cultivar uma horta que nós mesmos plantávamos no quintal da escola. Quanto me diverti nas aulas de educação física e nos jogos interclasses disputados nas quadras poliesportivas e no campo de futebol. Que bela estrutura tinha a escola. E que ambiente agradável. Hoje passo por ela e vejo um presídio cercado por muros altos e portões lacrados com correntes e cadeados, uma imagem comum nas escolas do país. Nas fotos deste post vemos apelos e desabafos de alunos da escola que não aguentam mais tanto vandalismo. Escola era para ser um ambiente aberto, familiar, mas em nosso país, que está imerso até o pescoço no lodaçal da corrupção e da impunidade, as escolas estão cada dia mais parecidas com penitenciárias de segurança máxima. A diferença é que lá dentro estão trancafiadas pessoas de bem, nossos filhos, e não bandidos. A luz no fim do túnel fica por conta da sensibilidade de empresários locais que fizeram uma ‘vaquinha’ para investir na segurança do Polivalente e garantir a sua integridade. É o Estado transferindo suas responsabilidades para a comunidade. Enquanto isso, o dinheiro que deveria ser empregado na construção, reforma e segurança das escolas e melhoria do salário e das condições de trabalho dos professores desaparece nas cuecas de políticos corruptos, que diariamente aparecem na TV rindo na nossa cara. E fica tudo por isso mesmo.