quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Uma flor a menos na Terra, uma a mais no céu.

Tributo ao Gordo.
Pense num desses caras que quando você chega na casa dele, ele não sabe o que faz com você, no sentido de tudo fazer para que você se sinta a pessoa mais importante do mundo. Pois eu conheci um sujeito assim: o Gordo.
Gordo era desses caras que se não existissem deveriam ser inventados:  afável, coração boníssimo, humano, simpatia pura. Um desses caras que quando você está com ele não faz diferença ser preto, branco, rico, pobre, analfabeto, letrado, bonito, feio, certinho ou nem tanto. Um cara absolutamente livre dessas frescuras todas que muitas vezes faz da gente gente besta, imatura. É, a gente tem vergonha dessas coisas quando está diante de caras como o Gordo.
Infelizmente para nós o Gordo nos deixou. “Partiu muito antes do combinado”, como diria Rolando Boldrin. Mas quem o conheceu teve a oportunidade de aprender alguma coisa com ele.
Da minha parte, tudo que posso dizer é: Valeu, cara. Quando meu filho crescer e passar a entender das coisas, vou dizer a ele que tive a honra de conhecer um cara chamado Gordo. Um desses caras que vêm ao mundo para nos fazer sentir que a vida, apesar de todas as dificuldades, é uma experiência que vale a pena. Ruim para nós vê-lo partir. Bom para o céu que ganha mais uma flor.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Alto lá!

Dou começo nessa prosa
E não sei onde vai dar
Mas diante de certas coisas
Calado não posso ficar.

Tô sabendo que na internet
Tem uma comunidade
De gente besta e metida
Fazendo chacota sem graça
Do nobre povo do Nordeste.

Não faz muito tempo
Tive que escutar
Da tela da TV um tal
De Boris Casoy falar
Que no Nordeste só tem ignorante
Que o conhecimento não chega lá.

Então nem um pouco me admira
Que uns 'fedelho metido a besta'
Pegando carona nessa mentira
Saiam por aí a difamar
O nobre povo do Nordeste
Que cedo aprendi a respeitar.

Mas o que quer essa gente
Que se diz superior,
Letrada e sabida,
Só por ser do Sul e Sudeste
Ao chamar de lixo
E tudo que não presta
O nobre povo do Nordeste?

Por certo essa meninada
Que vive na internet
Desfilando preconceito
Deve de ter visto na TV
Um cara que não vale nada,
Mas tem diploma de apresentador,
Bater no peito e dizer que os índios
‘São tudo selvagem’
E que melhor seria se desaparecessem
Para o bem dos ‘caras pálidas’, letrados
E sabidos, construtores do progresso.

Por certo essa meninada
Que muito pouco sabe da vida
Deve de ter visto um tal embaixador
Que uma certa TV quis transformar em mártir
Ficar famoso por dizer ao sofrido povo da África
Que os bondosos povos da Europa e dos ‘States’
Iam sua dívida externa perdoar
Como se dívida o destruído povo africano
Tivesse com essa gente que nada mais fez
Que seu país destroçar
E seus negros fortes e sadios
Assassinarem no mar.

A essa meninada
Que se diz letrada, inteligente e sabida
Vai um conselho de amigo:
Antes de sair pela internet fazendo cagada
Saibam que diploma, estudo e inteligência
Sem respeito pelos outros não vale nada.

De tudo que quero dizer
Uma só verdade resta:
Em terra onde não
Há sabedoria
Da semente lançada ao chão,
Isso o povo antigo dizia,
Só brota o que não presta.
Alto lá, então!






segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011